Uma ilha, por definição, é um território que é mais difícil de conquistar, não só militarmente, como economicamente. E ainda bem que assim é. Um dos paraísos mais intocados e selvagens de Portugal é o arquipélago das Berlengas, situado aproximadamente 6 milhas a oeste do Cabo Carvoeiro. É constituído por três pequenas ilhas, Berlenga Grande, Estelas e Farilhões e é apenas na primeira que existe ocupação humana, ainda assim bastante reduzida.
Ocupando o edifício de um antigo mosteiro do séc. XVI, temos
o Restaurante (e quartos), no cimo da ilha podemos admirar o Farol
Duque de Bragança (1841), e descendo do Farol, encontramos o belíssimo Forte de
São João Baptista. É aqui que agora funciona um hotel que permite o alojamento singular e espartano em pequenas celas do forte.
Junto ao restaurante, existe outra opção de pernoita na ilha, o Parque de Campismo, sobranceiro sobre a Praia
do Carreiro do Mosteiro, que atrai os visitantes, com a sua pequena área de
areia e as águas transparentes e esverdeadas que a banham. É uma opção que
atrai muitos jovens, portugueses e estrangeiros.
Existem várias espécies de aves que habitam e nidificam na
ilha, como por exemplo o Corvo-marinho-de-crista, mas sem dúvida que a espécie
reinante são as gaivotas, que nesta altura do ano protegem e alimentam as suas
pequenas crias.
Resolvemos não deixar passar a oportunidade de voltar a este
paraíso, e para isso usamos o serviço de
Julius Berlenga, uma companhia
local gerida pelo Sr. Júlio, que nos proporcionou uma viagem na embarcação
Julius, percorrendo as cerca de 7,5 milhas que separam a ilha do porto de
Peniche.
Naquela manhã, o mar estava bastante alterado e as ondas fustigavam o
barco, balançando-o vigorosamente, mas o Julius aguentou-se muito bem (ao
contrário de alguns passageiros mais jovens que nos acompanhavam e que enjoaram
durante a viagem de cerca de uma hora).
Ao chegarmos, pudemos admirar o "Creoula", um barco-escola da Marinha Portuguesa e que aqui se encontra atracado por uns dias.
Na ilha, e antes de fazermos o nosso percurso a pé pelos
trilhos de observação, resolvemos visitar a praia e a seguir provar a
maravilhosa Caldeirada à Pescador, servida no restaurante. Com as baterias
recarregadas, aventuramo-nos pelo trilho que circunda a parte maior da ilha,
podendo observar de perto as gaivotas e as suas crias, assim a paisagem
circundante e as ilhas próximas.
As mães-gaivota não nos deixavam em paz,
fazendo um barulho ensurdecedor e planando em voo rasante sobre as nossas
cabeças. Quando já vínhamos a descer para o Parque de Campismo, uma mãe mais
zelosa chegou mesmo a bicar a cabeça de uma fotógrafa que insistia em se
aproximar das pequenas crias!
Subimos depois para a outra parte da ilha (quase totalmente
separada da maior por uma falha), onde se encontra o farol e o forte.
Neste último, entramos para conhecer as instalações e resolvemos que da próxima
vez que regressarmos à ilha vamos pernoitar no forte.
Foi aqui também que novamente recorremos ao Sr. Júlio, que
tem um serviço na ilha de uma lancha com fundo de vidro, e que com o Toni ao leme
nos levou num pequeno percurso por grutas e enseadas desta parte da ilha. A
transparência da água é realmente impressionante e justifica inteiramente ser
este um dos melhores locais de mergulho e canoagem de Portugal. Mas estas aventuras terão de
ficar para a próxima…
A viagem de volta no Julius foi muito mais calma, pois navegávamos a favor da ondulação, chegando ao porto de Peniche uma hora mais tarde. Despedimo-nos do simpático Sr. Júlio com a promessa que voltaríamos brevemente, pois as Berlengas bem merecem.
Localização: No porto de Peniche
Telefones
262 782 698 (noite)
91 861 9311 (todo o dia)
91 760 1114 (todo o dia)
E-mail: info@julius-berlenga.com.pt
Avaliação: *****
Pode marcar a viagem às Berlengas no site da companhia. Acredite que vai valer a pena. Não deixe de conhecer as Berlengas. É um dos lugares mais bonitos de Portugal.